É natural e instintivo para uma mulher que amamenta pensar em dar de mamar para outro bebê que esteja longe da mãe e pedindo o peito, prática conhecida como “amamentação cruzada”.
Isso foi muito comum no Brasil, com as “amas de leite” do período colonial, e ainda hoje continua presente.
Porém, há fortes evidências científicas comprovando que essa prática é extremamente arriscada, tanto para a mãe quanto para o bebê, predispondo a uma série de doenças, como HIV, hepatite B ou C, citomegalovírus, HTLV, mononucleose, herpes simples, herpes zoster, caxumba, sarampo e rubéola.
É muito comum pensar que se a mãe que pretende oferecer o peito teve um pré-natal bem feito e aparenta ser saudável não há riscos de doenças, mas não é bem assim. Nem todas as doenças são rastreadas no pré-natal e também podem ser contraídas após a gestação. Além disso, algumas não demonstram sintomas nos adultos, mas podem ser perigosas em bebês, e quase todas apresentam um período de transmissão que começa antes dos sintomas.
Vale lembrar que o bebê também pode transmitir doenças pela saliva para a mulher e para o seu bebê, pois pode haver fissuras nos mamilos (muitas vezes imperceptíveis) que servem de alojamento para microrganismos, que podem acabar passando também para o outro bebê.
Os riscos são tantos que, desde 1993, o Ministério da Saúde contraindica a prática da amamentação cruzada.
A maneira mais saudável e correta de compartilhar leite materno é através da doação para os bancos de leite. Lá, além de analisar exames recentes da lactante, será feita a pasteurização do leite antes de oferecê-lo para outros bebês, tornando a doação absolutamente segura para quem doa e para quem recebe.
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