O período da gravidez exige muita atenção com o corpo, incluindo a saúde bucal. Isso porque alguns problemas odontológicos são comuns na gestação, como:
– Maior ocorrência de gengivite;
– Maior ocorrência de cáries (pelo hábito de alimentar-se com maior frequência, nem sempre acompanhado de higiene bucal mais frequente);
– Vômitos frequentes (especialmente no primeiro trimestre) e refluxo gastroesofágico, que predispõem à erosão ácida do esmalte dentário e o desenvolvimento mais rápido de cáries;
– Gosto desagradável na boca (geralmente amargo);
– Mau hálito (pelo aumento das náuseas ao limpar a língua).
Apesar disso, quem nunca ouviu falar que grávida não pode realizar tratamento odontológico durante a gestação (por causa da anestesia e das possíveis radiografias)?
PURO MITO! As evidências sugerem que cuidar da boca na gestação pode evitar problemas com o bebê e até diminuir a ocorrência de parto prematuro (com menos de 37 semanas), criança de baixo peso ao nascer e até pré-eclâmpsia.
Embora estudos conclusivos ainda estejam sendo desenvolvidos para comprovar de uma vez por todas essa relação, uma coisa é certa: a presença de problemas periodontais pode dificultar o controle de algumas doenças que acometem a mãe, como o diabetes. Nesse caso, o controle dos níveis de glicose fica comprometido, o que pode afetar negativamente o bebê.
A dica é evitar alimentos cariogênicos (ricos em açúcares e pegajosos), manter uma rotina caprichada de higiene bucal e incluir no calendário de cuidados o PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO.
O ideal é fazer um checkup odontológico antes de engravidar. Porém, como nem sempre o planejamento é possível, indicamos priorizar os procedimentos odontológicos para o segundo trimestre da gravidez (pois no primeiro trimestre os enjoos são frequentes e no último trimestre é comum a mulher sentir-se mais cansada e pesada, de modo que o tratamento é mais desconfortável).
Salientamos que não há nenhuma contraindicação para anestesia ou radiografia ao longo da gestação. Há, inclusive, anestésicos próprios para grávidas (inclusive para as gestantes de risco, como diabéticas e cardiopatas). Para as radiografias, um avental de chumbo deve ser posicionado cobrindo toda a barriga, para proteger a criança.
Não tratar é muito mais arriscado do que o tratamento em si, pois a dor aumenta a produção de hormônios relacionados ao estresse, como a adrenalina e o cortisol, que podem ser prejudiciais ao feto, além do fato de mulheres com dor costumarem se automedicar, o que pode levar à ingestão de medicamentos prejudiciais. Por fim, infecções não tratadas causam liberação de toxinas na corrente sanguínea, que prejudicam o bebê.