Cuidar da boca protege o cérebro? Pelo menos é o que sugerem algumas pesquisas, como a realizada na universidade Fudan, na China, que verificou presença de bactérias causadoras da periodontite nos em 40% dos pacientes com doença de Alzheimer, enquanto os pacientes sem a doença não possuíam as bactérias em seu tecido cerebral.
Sobre isso, é fato que as bactérias bucais podem provocar doenças à distância (como é o caso da endocardite e da pneumonia aspirativa), mas ainda não há evidências suficientes sobre doenças como Alzheimer.
Para determinar uma relação de causa e efeito, o desenho de pesquisa deveria ser diferente, com acompanhamento dos pacientes ao longo do tempo. Avaliação única, como foi realizada pelo grupo de Fudan, sugere uma associação entre bactérias bucais e Alzheimer, mas não causalidade. Assim, podemos dizer, no máximo, que periodontite é uma condição comum nas pessoas com Alzheimer e que há a possibilidade de bactérias bucais alcançarem o cérebro.
Assim, não dá para ser definitivo nesta questão, mas, se já existem indícios a respeito, precisamos tratar do assunto como uma possibilidade a ser evitada. Por isso, é essencial ter cuidados diários com a higiene bucal e visitar regularmente o dentista. Prevenir é sempre melhor que remediar.
Quer saber mais? Leia na íntegra uma revisão sistemática sobre o tema aqui: www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27037761
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