Alimentação ALIMENTAÇÃO X HALITOSE: talvez este seja um dos temas mais discutidos na halitologia e, ao mesmo tempo, com mais incertezas e polêmicas.
Quando os pacientes chegam ao nosso consultório com queixa de mau hálito, muitas vezes já estão restringindo o consumo de diversos alimentos na tentativa de controlar o problema. E funciona? Na prática, eles relatam que não, que deixaram de comer proteínas animais, leite, gorduras, doces e o hálito continua lá do mesmo jeito: alterado.
Infelizmente, não há evidências científicas, pesquisas nem publicações que avaliaram a questão de forma séria. Assim, precisamos discutir o assunto com base na plausibilidade biológica.
O que eu e muitos colegas sérios defendemos: a alimentação em si não causa mau hálito, mas pode favorecer o problema em pessoas que já tenham predisposição. Vamos entender melhor?
A halitose bucal ocorre primordialmente devido a presença de bactérias na boca que utilizam proteínas como fonte de nutrientes, produzindo gases mal cheirosos derivados do enxofre como produto final de seu metabolismo, que são eliminados pela boca. Mesmo se a pessoa não comer alimentos ricos em proteínas, a saliva contém essas substâncias e as células da mucosa bucal que descamam também. Por essa razão que pessoas com predisposição à halitose restringem o consumo de proteínas e muitas vezes continuam com o problema.
Por outro lado, se o consumo de proteínas for muito elevado, a oferta desse nutriente para as bactérias bucais é maior e estas são capazes de produzir mais gases, piorando o odor do hálito. Daí a importância de “apreciar com moderação” as proteínas animais, como carnes vermelhas, peixes, aves, laticínios e embutidos.
Além da halitose bucal, uma pessoa com problemas hepáticos e alto consumo de alimentos odoríferos pode refletir sua deficiência na saúde no hálito. Isto porque uma das funções do fígado é converter as moléculas em nosso sangue de menores (voláteis) para maiores (não voláteis). Se o fígado não funciona bem, estas moléculas pequenas circulam através do sangue e alcançam os pulmões, sendo eliminadas junto ao ar expirado e gerando halitose.
Deixamos um alerta especial para as pessoas que se exercitam e consomem dieta rica em proteínas ou suplementos alimentares proteicos: se as bactérias bucais estiverem em grande quantidade (devido a uma higiene bucal deficiente ou por alterações na saliva) ou se o fígado estiver sobrecarregado (ex. pelo uso de bebidas alcoólicas ou de medicamentos de metabolismo hepático), estão mais suscetíveis à halitose.
E fica a dica: algumas comidas são aliadas do bom hálito, por estimularem a produção salivar. São exemplos as substâncias ricas em fibra e as frutas cítricas como o limão e o abacaxi. Em caso de alteração crônica no hálito, um cirurgião-dentista qualificado deve ser consultado para diagnosticar a raiz do problema e prescrever o tratamento adequado.
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