Beber líquido em volume menor que o adequado promove ressecamento dos tecidos do organismo. Para o hálito a consequência é direta, pois com menos água temos a diminuição da saliva produzida, favorecendo a multiplicação de microrganismos bucais, que liberam gases de odor desagradável como produto final de seus metabolismos.
O tabaco, além de ser cancerígeno, contém mais de 60 substâncias mau cheirosas, que ganham a corrente sanguínea e acabam sendo eliminadas pelos pulmões durante as trocas gasosas. Por isso, o hábito de fumar causa mau hálito crônico, fazendo com que, mesmo sem fumar há alguma horas, o cheiro ruim continue sendo eliminado pelo ar expirado tanto pela boca quanto pelas narinas.
O fumo também favorece a halitose bucal, por aumentar a descamação das células que revestem a boca, as quais se acumulam sobre a língua na forma de saburra lingual, um dos principais responsáveis pelo mau hálito. Além disso, fumar é fator de risco para a doença periodontal, que também causa halitose.
Pensando em sua saúde de forma ampla e também num bom relacionamento com as pessoas que o cerca, através de um bom hálito, procure auxílio de profissionais qualificado para largar o cigarro e ter um hálito fresco.
Apesar de não haver pesquisas conclusivas sobre o fato de a prisão de ventre causar halitose, existem relatos sobre essa associação, o que torna importante falarmos sobre o assunto.
Quando ocorre a constipação intestinal, as bactérias presentes nesse órgão ficam fermentando por mais tempo substâncias presentes no bolo fecal e, como resultado final desse processo, geram gases mau cheirosos ricos em enxofre (os CSV: compostos sulfurados voláteis).
Como a parede do intestino grosso é fina e vascularizada, é plausível que uma parte dos gases acumulados seja reabsorvida em direção à corrente sanguínea, alcançando os pulmões e, durante as trocas gasosas, sendo eliminados pelas vias respiratórias, produzindo o mau hálito.
Se há suspeita do problema, é indispensável uma avaliação interdisciplinar que contenha um cirurgião-dentista qualificado e um médico gastroenterologista, de forma a identificar a origem da halitose.
Na correria do dia-a-dia, é cada vez mais difícil ter um intervalo regular entre as refeições. Passar muito tempo sem comer nada é frequente para pessoas que trabalham muitas horas seguidas ou para quem estuda por muito tempo em sala de aula. O problema é que ficar muito tempo sem comer FAVORECE o mau hálito. Vamos compreender melhor?
Primeiramente, o jejum prolongado diminui o teor de açucar no sangue, fazendo com que nosso organismo passe a buscar energia alternativa na queima das gorduras. A queima dos ácidos graxos gera como resíduos em nossa corrente sanguínea os “corpos cetônicos”, que através da circulação chegam aos pulmões e passam para nossas vias aéreas, liberando um odor desagradável no ar eliminado pela boca e pelas narinas, com cheiro de manteiga rançosa ou fruta passada, conhecido como “hálito cetônico”.
Outra explicação que ficar sem comer contribui para a halitose é a redução na salivação, pois um dos principais estímulos para a produção de saliva é sentir gosto do alimento ou mastigar. Com fluxo salivar diminuído, as células de revestimento da boca e os residuos alimentares se acumulam sobre a língua, formando o biofilme lingual (“saburra”), que é fermentado pelas bactérias, causando um hálito desagradável, com odor de enxofre.
A boa notícia é que essa halitose é simples de se evitar, com as três dicas simples que seguem:
(1) Alimentar-se a cada três horas, preferencialmente em pequenas porções, para que a salivação ocorra naturalmente.
(2) Consumir alimentos como maçã, cenoura crua, folhas e castanhas, pois são alimentos fibrosos, saudáveis e de poucas calorias, que ajudam a limpar a boca e, assim, contribuem para um hálito fresco.
(3) Beber água com mais frequência e na quantidade adequada para cada pessoa, pois é a principal matéria prima para a produção de saliva.
A gente sempre ouve falar em TÁRTARO e às vezes não sabe exatamente do que se trata. O cálculo dentário (conhecido popularmente como “tártaro”) é uma substância de cor amarelada que se acumula na superfície dos dentes e que já não consegue mais ser retirada apenas com escovação, e sim somente por um profissional.Surge devido ao endurecimento da placa bacteriana que não foi removida com a higiene bucal de rotina.
O curioso é que muitas pessoas relatam que têm tendência à acumular tártaro, o que não é bem assim. Na verdade, essas pessoas têm dificuldades de higienização em certas regiões dos dentes, de modo que o biofilme dentário se acumula gradativamente, sofre mineralização pela saliva e endurece. Se a higiene bucal fosse impecável, não acumularia placa bacteriana e, assim, também não haveria tártaro.
O grande problema do tártaro é que favorece o acúmulo de placa bacteriana (como um ciclo vicioso, onde a placa vira tártaro, que por sua vez acumula mais placa em sua superfície, que acaba se transformando em novo tártaro).
Além disso, esse tártaro irrita a gengiva, deixando a pessoa mais vulnerável ao surgimento de gengivites e outras doenças periodontais, podendo culminar em mobilidade e perda dos dentes.
O tártaro em si não causa mau hálito, mas essas duas características (acumulo de biofilme e alterações periodontais) favorecem o aparecimento da halitose (mau hálito). Assim, em caso de presença de tártaro, é fundamental se consultar com um cirurgião-dentista, para realizar uma raspagem periodontal e principalmente ter orientações individualizadas de higiene, para quebrar esse ciclo vicioso.
Todos podemos ficar com a boca seca, vez ou outra, especialmente se estamos ansiosos ou estressados. Porém, sentir a boca seca sempre ou a maior parte do tempo é desconfortável e predispõe a alterações e problemas de saúde, como cáries dentárias e halitose.
A sensação de boca seca é chamada de xerostomia e frequentemente se deve à diminuição da saliva. Dentre as várias funções desse fluido, podemos destacar a participação na autolimpeza bucal, ajudando a eliminar naturalmente, através da deglutição, parte das bactérias acumuladas e também suas principais fontes de nutrientes: os resíduos alimentares e as células descamadas da mucosa bucal.
Se há redução na salivação, as bactérias da boca têm maior possibilidade de utilizar essas proteínas como fonte de energia, eliminando gases ricos em enxofre, responsáveis pelo odor desagradável semelhante ao de ovo podre, característico da halitose.
Um sinal que indica a possibilidade aumentada de alguém ter halitose é a pessoa roncar. Vamos entender melhor?
Quando uma pessoa ronca, respira através da boca, o que aumenta o ressecamento e a descamação de células da mucosa bucal (minúsculos pedacinhos de pele que se desprendem dos lábios e bochechas), que irão alimentar a formação da saburra lingual e cáseos amigdalianos, importantes causas de halitose.
Por isso, em caso de ronco, a orientação é tratar para evitar, além de outros problemas, a halitose. Se o mau hálito já está presente, é fundamental procurar um cirurgião-dentista qualificado, para realizar o tratamento adequado para solucionar a situação.
A saburra lingual é uma placa de cor branco, amarelada ou acastanhada que se deposita sobre a língua e é formada por restos de alimentos, células descamadas da mucosa bucal, bactérias e pela própria saliva.
É possível que uma pessoa apresente clinicamente a saburra e não tenha mau hálito, mas a sua presença é um forte indicador de que a pessoa possui halitose. Isso porque as bactérias que compõem o nosso ecossistema oral, ao se alimentar da saburra em seu ciclo energético, liberam enxofre, o grande vilão do mau hálito.
Por isso, caso apresente dificuldades em eliminar a saburra ou formação rápida da mesma, é indispensável procurar um cirurgião-dentista qualificado para diagnosticar o problema e prescrever o melhor tratamento.
O diabetes, além das diversas complicações metabólicas, predispõe a um problema bastante desagradável: o mau hálito.
Um dos motivos é a oferta baixa de glicose dentro das células. Com isso, o organismo usa as gorduras como fontes alternativas de energia para o metabolismo. Essa queima de gorduras gera como produto os corpos cetônicos, com odor cetônico característico de fruta passada ou acetona, que são eliminados via pulmonar, pelo ar expirado tanto pela boca quanto pelas narinas.
Esse hálito cetônico é sistêmico e depende do controle da doença: diabéticos bem compensados provavelmente não terão essa alteração.
Outra questão que favorece a halitose em diabéticos são as mudanças salivares frequentes nos portadores da doença. Devido à poliúria (diurese aumentada com o objetivo de eliminar o açúcar em excesso no sangue), a oferta de água para produzir saliva é insuficiente, de modo que é produzida saliva em menor quantidade e com qualidade também alterada (saliva grossa). Por isso, é frequente a queixa de xerostomia entre diabéticos (sensação de boca seca).
As alterações salivares favorecem um tipo de halitose diferente do hálito cetônico: agora de origem bucal e com cheiro de enxofre. Como a saliva regula o crescimento de bactérias bucais, sua deficiência permite que esses microrganismos se multipliquem em excesso e se acumulem na forma de biofilme lingual (saburra) e dentário (placa bacteriana). A saburra é um dos principais vilões do bom hálito é a placa bacteriana, por sua vez, favorece inflamação gengival, que também causa halitose.
Por isso, em caso de qualquer alteração no odor do hálito em diabéticos, o tratamento deve ser realizado em conjunto com o Endocrinologista e o cirurgião-dentista, para diagnosticar a causa do problema e prescrever o tratamento adequado.
Muito difundido atualmente, o tratamento ortodôntico é fundamental para o alinhamento dos dentes e melhora da mastigação. Porém, o uso desses aparelhos pode favorecer a halitose.
Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Halitose (ABHA), entre os jovens de 12 a 19 anos que usam o aparelho, 27% já tiveram algum problema com mau hálito.
Um dos motivos é que a higiene bucal nessas condições fica mais difícil, aumentando o acúmulo de placa bacteriana e resíduos de alimentos nos dentes e, consequentemente, a tendência a inflamações gengivais.
Além disso, o atrito dos brackets com a mucosa da bochecha estimula uma maior descamação de suas células, que se desprendem e acabam se depositando sobre a língua, formando a saburra lingual, conhecida causadora do mau hálito.
Assim, para evitar o mau hálito é outros problemas bucais, é fundamental fazer as manutenções periódicas com seu ortodontista e caprichar na rotina diária de higiene, o que inclui o uso da escova de dentes com cerdas macias, escovas interdental e tipo unitufo, fio dental e limpador de língua.
A halitose muitas vezes não é percebida por quem a tem devido à fadiga olfativa, como já falamos por aqui. Por isso, continuando a nossa série de posts sobre o assunto, falaremos hoje de mais um sinal de que você possa ter mau hálito: placas na garganta.
Conhecidas como cáseos amigdalianos, são “bolinhas” de cor amarelada e odor desagradável que se formam em pequenas cavidades (denominadas criptas amigdalianas) presentes com frequência nas amígdalas de pessoas com história de infecções de repetição na garganta durante a infância.
Os cáseos podem ser expelidos durante a fala, tosse, espirros ou mesmo durante a deglutição da saliva e alimentos. Para tratar este problema de forma eficiente e duradoura, é fundamental procurar tratamento com profissionais qualificados, muitas vezes realizado em conjunto entre otorrinolaringologista e cirurgião-dentista.
O álcool é um irritante do trato digestivo e traz o cheiro característico dessa agressão. Basta encontrar uma pessoa que ingeriu bebida alcoólica numa ocasião em que você não ingeriu e notará claramente a halitose alcoólica. O álcool é metabolizado pelo fígado, transformado em acetato e, depois, eliminado pela urina, pelo suor e pela respiração. Assim, enquanto houver álcool no organismo, haverá seu odor característico, inclusive no hálito.
Além disso, ao agredir a mucosa bucal, o álcool causando ressecamento e, com isso, maior descamação celular. Essas “pelinhas” da mucosa desprendidas servem como alimento para bactérias, que liberam enxofre, o grande vilão do mau hálito. Assim, se você tem o hábito de beber, tome cuidado com o seu hálito.
Em caso de qualquer alteração no odor de sua boca, um cirurgião-dentista deve ser consultado para diagnosticar a causa do problema e prescrever o tratamento adequado.
Todos conhecemos pessoas que saem de casa sem nada no estômago, dispensando uma das principais refeições do dia: o café da manhã. Há também aquelas pessoas que fazem longos intervalos de tempo entre uma refeição e outra.
Ficar muito tempo sem se alimentar leva à hipoglicemia (queda da taxa de açúcar no sangue). Com isso, o organismo começa a queimar gordura para obter a energia necessária à sobrevivência e essa queima gera como subprodutos ácidos graxos conhecidos como “corpos cetônicos”, que ficam circulando na corrente sanguínea e escapam durante as trocas gasosas no pulmão, sendo eliminados pelo hálito junto ao ar expirado, tanto pela boca quanto pelas narinas.
Além disso, quando ficamos em jejum prolongado, a produção salivar diminui, o que favorece a proliferação de bactérias da boca que produzem gases mal cheirosos ricos em enxofre, eliminados pelo hálito bucal.
Por isso, é importante fazer refeições regulares, a cada 3 ou 4 horas e, em caso de alteração crônica no hálito, procurar um cirurgião-dentista qualificado para diagnosticar o problema e prescrever o tratamento adequado.
Sangramento gengival durante uso do fio dental, escovação ou mastigação sinaliza que algo está errado com a saúde gengival. Pode indicar simplesmente que a pessoa está usando o fio de forma inadequada (com muita força), pode ser consequência de inflamação gengival (gengivite) e, em situações mais graves, pode até ser ser devido a alterações na coagulação sanguínea.
Qualquer um desses motivos de sangramento precisa ser bem esclarecido para ser corretamente tratado, resolvendo o problema pela raiz e evitando outros problemas muito desagradáveis , como perdas dentárias e halitose.
As causas mais comuns de sangramento gengival são as alterações periodontais (gengivite e periodontite) e estas, por sua vez, são fortemente associadas ao acúmulo de biofilme dentário ou placa bacteriana. Alguns microrganismos da placa utlizam o sangue como fonte de nutrientes e liberam como produto final de seu ciclo alimentar substâncias com odor de enxofre responsáveis pelo mau hálito.
O mais preocupante é que isso geralmente é um ciclo vicioso, como uma “bola de neve”: o controle ineficiente da placa bacteriana predispõe à gengivite, que gera o sangramento. Este, por sua vez, acaba desestimulando muitas pessoas a usar o fio dental, de modo que a placa bacteriana acaba se acumulando, amadurecendo e agravando a alteração periodontal, o que gera mais sangramento.
Assim, em caso de sangramento nas gengivas ou alteração crônica do hálito, devemos procurar um cirurgião-dentista para diagnosticar a raiz do problema e prescrever o tratamento adequado.
Alguns medicamentos podem provocar halitose por serem aromáticos, como é o caso de alguns antibióticos, ômega 3, cápsulas com extrato de alho ou óleo de fígado de bacalhau etc. Após a ingestão estas substâncias são absorvidas e transportadas pela corrente sanguínea e filtradas pelos pulmões, sendo eliminadas através do ar expirado, tanto pela boca quanto pelas narinas. O cheiro desses remédios acaba sendo eliminado também pelo suor, urina, fezes, saliva e é exalado até que ele seja completamente metabolizado pelo nosso organismo.
Além dos casos de mau hálito citados, que podem ser considerados como “halitose sistêmica”, alguns medicamentos predispõem à halitose bucal. É o caso de fármacos como antialérgicos, diuréticos, calmantes, antidepressivos e antihipertensivos, que são considerados “xerogênicos”, ou seja, prejudiciais para a produção de saliva. Com isso, a autolimpeza da boca fica diminuída, favorecendo com que células descamadas da mucosa oral e restos de alimentos se acumulem sobre a língua e formem a saburra lingual, um dos principais vilões do bom hálito.
Também existe o fato de que alguns medicamentos favorecem hemorragias (sangramentos) nas gengivas, como é o caso dos quimioterápicos, anticoagulantes e antiagregantes plaquetários. Esse sangue serve como fonte de nutrientes para bactérias bucais, que o deterioram gerando gases malcheirosos que comprometem o hálito.
De todos os medicamentos que citamos, os mais importantes são aqueles que precisam ser tomados continuamente. Quando não é possível trocar o medicamento por outro que não favoreça o mau hálito (ou reduzir a dose), deve-se pelo menos controlar o problema, afinal de contas, ficar muito tempo e até o resto da vida com mau hálito não é uma boa ideia.
Para eliminar ou controlar o problema, devemos procurar um cirurgião-dentista para diagnosticar o caso e prescrever o tratamento adequado.